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O alerta para um mal inesperado
Acidente Vascular
Cerebral
Por Aluísio Vilar, Jonas Soares e Judivania Barbosa
Acidente Vascular Cerebral (AVC) mata 6,2 milhões de pessoas no mundo a cada ano. A doença pode atingir desde recém-nascidos até idosos. Aqueles que já tiveram um AVC, podem ficar com várias sequelas ligeiras ou graves, como ter dificuldade em andar, tendo de usar cadeira de rodas ou ter dificuldade em falar, por exemplo, sendo que estas consequências podem ser temporárias ou permanecer para toda a vida.
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Na região metropolitana do Cariri o Hospital Regional se tornou referência no tratamento desta patologia em todos os municípios da região tratando com total prioridade aqueles que dão entrada com os sintomas do ataque.
O acidente vascular cerebral e seus tipos
O acidente vascular cerebral (AVC) é a doença que mais mata no Brasil e a que mais causa incapacidade no mundo. Apesar de acontecer de forma repentina, as causas dessas ocorrências, estão a malformação arterial cerebral (aneurisma), hipertensão arterial, cardiopatia, tromboembolia (bloqueio da artéria pulmonar). O acidente vascular cerebral (AVC) se divide em dois tipos: O AVC hemorrágico e isquêmico.
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De acordo com o ministério da saúde, o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia).
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Apesar do AVC isquêmico ser mais comum e representar a maior porcentagem de casos no mundo, o AVC hemorrágico pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.
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No entanto, não há uma maneira clínica segura, eficaz e definitiva para identificar se o AVC é hemorrágico ou isquêmico. A forma mais correta para diferençar qualquer um deles e evitar possíveis danos, é iniciar o tratamento com urgência. Exames de imagem devem ser feitos para promover um diagnóstico mais seguro da doença.
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É importante prestar atenção aos sintomas para saber identificar um AVC e procurar ajuda médica o mais rápido possível. Quanto mais cedo forem tratados, melhores são os prognósticos do paciente.
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Perda da visão
Principais sinais e sintomas do AVC
Paralisia de um lado do corpo
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Alterações motoras
Dificuldades para falar
Alteração dos níveis de consciência
Principais sintomas do AVC
SAMU e sua atuação
Um Acidente Vascular Cerebral (AVC) é sempre uma emergência médica e muitas vezes é a família que nota os primeiros sinais de que algo diferente está acontecendo. Os médicos neurologistas e o Ministério da Saúde recomendam um passo a passo simples que pode ajudar a tirar a dúvida e, se for o caso, procurar um serviço médico o mais rápido possível.
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“Quando recebemos um chamado para socorrer pacientes com suspeita de AVC, temos que fazer a assistência no menor tempo possível, precisamos reverter o quadro daquela vítima, poupando o cérebro e reduzindo, ao máximo, as sequelas que essa doença pode ocasionar”, explicou o socorrista do Samu de Juazeiro do Norte, Expedito Silva.
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Ainda de acordo com o socorrista, o atendimento aos pacientes vítimas de AVC precisa ser feito em um tempo máximo de até 4 horas e meia, o que corresponde ao período para ser feito o tratamento com o trombolítico, fazendo com que a artéria cerebral seja desobstruída, evitando, assim, um agravamento da doença e da condição de saúde do paciente. Para evitar as sequelas, a população deve saber quando identificar os sinais e sintomas de um possível AVC e ligar para o número 192 do Samu.
Fonte: Brave The Response Agency
Imagem: Diário do Nordeste
O Hospital Regional do Cariri como referência no tratamento do AVC
No hospital regional do Cariri (HRC), foi criado há seis anos, a Unidade de AVC Agudo, uma forma de descentralizar o atendimento especializado, que antes era feita apenas na capital, Fortaleza. O hospital recebe pacientes de 45 municípios da macrorregião do Cariri/Centro Sul. Por ano o HRC atende cerca de 1000 pessoas vítimas de AVC Agudo, mas o tempo de chegada na unidade ainda é um desafio.
Como reduzir os riscos do AVC
Muitos fatores de risco contribuem para o seu aparecimento. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, podem ser diagnosticados e tratados, tais como a hipertensão arterial (pressão alta), a diabetes mellitus, a ingestão de bebidas alcoólicas, o fumo, o sedentarismo (falta de atividades físicas) e uma má alimentação. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção do AVC.
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Exercite-se regularmente
A atividade física, sob orientação médica, tem um efeito favorável na redução da pressão arterial, peso corporal e coagulação sanguínea, além de aumentar a capacidade cardiorrespiratória, reduzindo a pressão sanguínea do corpo em repouso, o que diminui o risco do AVC
Alimente-se
bem
Fazer uma dieta balanceada, moderar o consumo de sódio (para pressão alta), evitar alimentos ricos em colesterol e gorduras saturadas (frituras), controlar o consumo de açúcar (para diabetes) são alguns dos hábitos que devem fazer parte da rotina.
Trate o
colesterol alto
O excesso de colesterol no sangue aumenta o espessamento e endurecimento das artérias. Placas de colesterol e conteúdos gordurosos se depositam lentamente na artéria, fazendo com que ela se feche aos poucos e impeça a passagem de fluxo sanguíneo. Esse processo prejudica a oxigenação do cérebro, aumentando o risco de AVC.
Controle a diabetes
O excesso de glicose no sangue - característica do diabetes - aumenta a coagulação do sangue e o deixa mais viscoso, isso diminui o fluxo de sangue das artérias e pode levar a um AVC, mas vale lembrar que esses problemas - inclusive diabetes - podem ser controlados com tratamento médico regular e hábitos de vida saudáveis
Pare de fumar
Substâncias do cigarro fazem com que a coagulação do sangue aumente. Com isso, o sangue fica mais grosso e fluxo nas artérias, por sua vez, fica prejudicado, aumentando as chances de um derrame.
Controle a pressão arterial
As paredes internas das artérias sofrem traumas por causa do fluxo do sangue mais forte, esses traumas formam pequenos ferimentos nas paredes, que podem obstruir a passagem do sangue (AVC isquêmico) ou romper a parede da artéria (AVC hemorrágico).
Fonte: Minha vida
Imagens: Revista Exame
Vivência no pós AVC
Existem causas e fatores não-modificáveis que provocam o Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, como, por exemplo, a idade e a genética, mas há também fatores de risco modificáveis. Pela ordem, os principais são: a hipertensão arterial, o diabetes, as doenças cardíacas, o tabagismo, vida sedentária e obesidade. Porém além disso é um evento inesperado e danoso que acomete uma das artérias que irrigam o cérebro, danificando a área por ela irrigada.
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Foi o que aconteceu em 2013 com a aposentada Eulália Pereira, de 78 anos. Ela estava em viagem de sua cidade Araripe para Juazeiro do Norte, no percurso apresentou os sintomas. “Eu ia pra Juazeiro e em Nova Olinda, tomei um café e no caminho começou o olho correndo água e entortando a boca, quando cheguei em juazeiro a boca já tava torta e o olho espichado”. Após 24 horas, a realizar uma consulta na sua própria cidade, foi prescrito um medicamento, melhorando a situação.
Dois anos após, dona Eulália começa a sentir dores intensas, onde foi encaminha ao Hospital Regional do Cariri. “ Em 2015, comecei a sentir por uma semana dores de cabeça, no dia das mães e fiquei tomando medicamento e nada passava, ai fui para o hospital no Araripe e o médico passou duas injeção para dor de cabeça, ai aliviou mais, quando cheguei na farmácia, me deu uma tontice e escureceu minha vista, quando fui caindo o rapaz da farmácia me segurou e junto a minha família fui encaminha ao Hospital de Araripe e de lá para o Regional, onde passei seis dias internadas e o médico disse que era AVC, e desde então eu não sei o que é saúde na minha vida”.
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Apesar de conviver com as sequelas, dona Eulália mesmo com dificuldade, consegue realizar algumas atividades do seu cotidiano sozinha, já para sair de casa, sempre precisa estar acompanhada, afirma.
Doenças como o AVC, que são ligadas ao comportamento humano, causadas devido à agitação dos grandes centros, sedentarismo, estresse, má alimentação, consumo excessivo de cigarros e bebidas alcoólicas, já são responsáveis pela maioria das mortes no Brasil. É preciso disciplina e mudanças no estilo de vida para que este quadro seja revertido. Por isso, programas de reabilitação são muito importantes, pois ajudam o paciente a retomar atividades diárias e funções que ficaram comprometidas.